O sangue, de fato, é importante, ele é o transportador de nutrientes, oxigênio, etc, além de transportar de um lado para o outro, seus elementos figurados (neutrófilos, eosinófilos, monócitos, linfócitos, basófilos, plaquetas E hemácias), que fazem parte da sua composição; proteínas plasmáticas, citocinas, e diversas outras substâncias que vão manter a homeostase e o funcionamento do organismo. O sangue também retira os metabólitos e resíduos celulares para, quando houver filtração renal, poder haver excreção. Tudo que você consome vai para o sangue antes de chegar aos tecidos, incluindo os medicamentos, as drogas, substâncias tóxicas, etc. E muitos vírus, parasitas e bactérias, são transportados pelo sangue até seu sítio de ação. Cara...o sangue é MUITO importante, é essencial e merece este tipo de dedicação exclusiva, principalmente para nós biomédicos, pois o exame mais solicitado, mais importante, mais básico de todos, é o HEMOGRAMA, que vai conter informações em relação aos elementos já citados, como as células sanguíneas, para avaliar sua funcionalidade (proteção, transporte de oxigênio), informações bioquímicas (presença de enzimas, que podem indicar ou não lesão de determinado orgão, proteínas plasmáticas, marcadores inflamatórios, etc), como bons investigadores, a primeira pista que vai nos direcionar na hora de efetuar o diagnóstico laboratorial, em relação a qual exame deve ser feito, ou qual orgão devemos focar, e ao mesmo tempo, vai ter um peso enorme ao auxiliar o médico na hora de determinar, junto com a clínica (sintomas e anamnese), qual exame vai confirmar a suspeita de determinada doença, É O HEMOGRAMA.
E quando falamos de integração, a ponte entre todos os sistemas no nosso corpo, é o sangue.
Porém, além da importância incontestável, da hematologia, do hemograma, do estudo do sangue, etc, em nossas vidas, eu estou escrevendo este post como uma forma de introdução para comentar sobre uma das doenças mais graves, assustadoras e infelizmente, comuns, que resultam muitas vezes em morte, tanto de crianças, quanto de adultos e idoso,as LEUCEMIAS. Ainda mais porque, eu conheço pouquíssimas pessoas que saibam dizer algo diferente de "câncer do sangue", quando questionadas sobre o que seria leucemia.
Como experiência pessoal, eu tenho a mãe de uma grande amiga minha que faleceu desta doença, e como todo câncer, pode ter cursos imprevisíveis, pode ser um achado laboratorial ou não, pode regredir ou não com o tratamento, pode levar a uma sobrevida relativamente longa ou não, o que , infelizmente, não ocorreu neste caso. Este "ou não" é o grande problema, e as estatísticas mostram dados assustadores em relação a alguns tipos de leucemias e dados animadores em relação a outros tipos, principalmente em relação as leucemias que acometem as crianças. Biomédicos estão na corrida, na busca de tratamentos eficazes para antecipar o diagnóstico, melhorar o prognóstico ou ainda, incrementar o tratamento deste mal.
Como este blog é apenas informativo, e eu não estou em condições de ensinar ou ser didática, vou começar a falar sobre leucemias neste post, mas a introdução vai ser sobre a HEMATOPOIESE. Nos próximos posts eu aprofundo na leucemia propriamente dita.
Por achar que vale a pena...
Leucemia: neoplasias malignas (câncer) que atingem o sangue e possuem origem na medula óssea, tendo como característica a proliferação anormal, geralmente um processo monoclonal, ou seja, proliferação de células idênticas daquela linhagem alterada de células da medula óssea - onde origina-se o sangue - o que pode acabar por suprimir a produção de células normais (ocupação medular).
A compreensão só será possível com o entendimento da hematopoiese, e não há nada melhor do que uma figura auto explicativa (cliquem para melhor visualização) =D
A hematopoiese é nada mais nada menos que a origem das células sanguíneas na medula óssea, os processos de diferenciação e proliferação que elas passam para chegar até a sua forma final encontrada no sangue. Um célula totipotente (célula-tronco, capaz de se diferenciar em qualquer outro tipo celular), sob determinados estímulos (a eritropoetina, por exemplo, um hormônio renal), vai se diferenciar em uma linhagem linfocítica, que dará origem aos LINFÓCITOS (importância extrema na imunidade) e em outra linhagem monocítica, que dará origem a PLAQUETAS, ERITRÓCITOS, GRANULÓCITOS E MONÓCITOS. Os granulócitos, são aquelas células com grânulos específicos, basófilos, eosinófilos e neutrófilos, estas 3 células resultam de uma linhagem (promielócito) diferente do monócito (agranulócito, sem grânulos específicos), que deriva do monoblasto. Então é só seguir as setinhas e ser feliz...
HEMATOPOIESE
Como cena dos próximos capítulos...e para garantir que isto não foi em vão, temos:
Existem Leucemias linfóides (doença linfoproliferativa) e Leucemias mielóides (doença mieloproliferativa). Que podem ser agudas(relacionada com proliferação de células blásticas, ou seja, distúrbios na maturação celular) ou crônicas(relacionadas com proliferação de células já maduras). As células serão encontradas em EXCESSO no sangue (o hemograma fornece uma pista, direcionando a pesquisa para as medula óssea) e na medula óssea (o mielograma, sim, fecha o diagnóstico de leucemia). Como auxílio diagnóstico, técnicas de imunofenotipagem, imunofluorescência e imunocitoquímica, além da citogenética, podem contribuir com o fechamento do diagnóstico. Pois como vocês verão, existem muitos tipos e subtipos de leucemias diferentes, que vão determinar técnicas, tratamentos e prognósticos diferentes!
SÓ PARA DESCONTRAIR:
EU: Gean (este, seria meu irmão), você sabe o que são neutrófilos??
GEAN: Aquilo que tem afinidade por neutróns!!
FAIL!!!
We are in peace, always!!!
hauahuahua! Non acredito...!
ResponderExcluirÉ minha ídola...
=***
~Will