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sexta-feira, 9 de julho de 2010

LEUCEMIA LINFÓIDE X MIELÓIDE e AGUDA X CRÔNICA!!



As leucemias podem ser classificadas em agudas e crônicas, ou ainda, em linfóides e mielóides. Por isso existem 4 tipos principais de leucemias: leucemia linfóide aguda (LLA), leucemia linfóide crônica (LLC), leucemia mielóide aguda (LMA) e leucemia mielóide crônica (LMC). Cada tipo de leucemia possui vários subtipos de leucemias. Hoje, pretendo diferenciar as leucemias linfóides da mielóides, considerando um conhecimento prévio do conteúdo postado anteriormente.
  • Leucemias Linfóides - comprometimento da linhagem linfóide, a linhagem responsável pela formação dos linfócitos, tanto linfócitos B, quanto linfócitos T, determinado apenas por imunofenotipagem.
  • Leucemias Mielóides - comprometimento da linhagem mielóide, a linhagem responsável por dar origem a células eritrocitárias, granulócitos, monócitos e plaquetas, então já dá para a imaginar a variedade de subtipos de leucemias mielóides.

Em relação a causa do desenvolvimento da leucemia, é um fator muito variável, diferente para cada tipo e subtipo de leucemia. Fatores diversos podem estar relacionados a causa, dentre eles: herança genética, desencadeamento após contaminação por certos tipos de vírus, radiação, poluição, tratamento quimioterápico entre outros. Não se pode determinar de forma exata como a leucemia se desencadeia em um indivíduo específico, mas é possível verificar através de seu próprio histórico a possível causa.

Os sintomas, estarão relacionados ao reflexo na leucemia no leucograma, hemograma, etc...por exemplo, uma baixa eritrocitária, desencadeia anemia, consequentemente, baixa oxigenação tecidual, gerando fraqueza e indispoição, quando a plaqueta é afetada, pode causar hemorragias, quando neutrófilos são afetados, vulnerabilidade a infecções, etc. Alguns sintomas como organomegalia (aumento do baço ou e outros orgãos hematopoéticos), resultam da produção exagerada celular, levando a dores abdominais. Sempre varia com a linhagem ou célula afetada.

O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL:
  • Hemograma: ao fazer um exame de rotina, pode-se notar um hemograma anormal sugestivo de leucemia com presença de células imaturas ou uma proliferação excessiva de células aparentemente maduras, ou a presença de quantidades anormais de blastos. O hemograma não serve para classificar a leucemia, mas geralmente é o primeiro exame a ser notado alguma alteração. Também se verifica se há presença de anemia e trombocitopenia. A partir de um hemograma sugestivo, a pesquisa diagnóstica é direcionada a um MIELOGRAMA, que vai permitir o fechamento do diagnóstico.
  • Mielograma: É um exame de grande importância para o diagnóstico, através da análise da morfologia das células e com o uso de provas citoquímicas. O mielograma é usado também para a avaliação da resposta ao tratamento, indicando se, morfologicamente, essas células leucêmicas foram erradicadas da medula óssea (remissão completa medular). Esse exame é feito sob anestesia local e consiste na aspiração da medula óssea seguida da confecção de esfregaços em lâminas de vidro, para exame ao microscópio. Os locais preferidos para a aspiração são a parte posterior do osso ilíaco (bacia) e o esterno (parte superior do peito). Durante o tratamento são feitos vários mielogramas.
  • Citoquímica: permite, através de marcadores citoquímicos, avaliar e deteminar células específicas, que podem auxiliar no diagnóstico. Por exemplo, mieloperoxidase, Sudan Black, esterase inespecífica,  PAS, etc...
  • Citogenética: Permite avaliar a presença de marcadores genéticos que são característicos de determinadas leucemias, por exemplo , determinar a presença do cromossomo Philadelphia, com avaliação do cariótipo ou técnicas como a hibridização in situ com fluorescência(FISH)
  • Imunofenotipagem: utiliza marcadores imunológicos para determinar a linhagem celular alterada, ou em leucemias linfóídes, permite avaliar se é da linhagem de células B ou T, ou ainda avaliar se há mais de uma linhagem alterada, ou leucemias mistas.
 
                                          LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA


                                              LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
                                           
LEUCEMIA CRÔNICA X AGUDA

 
Uma leucemia crônica geralmente esta associada a proliferação desregulada de células já maduras, com perfil fenotípico de células prontas, como linfócitos, neutrófilos, eritrócitos, eosinófilos, basófilos, etc.
Na LLC, é comum a presença de restos celulares, conhecidos como Manchas de Gumprecht (célula hiperproliferada se torna frágil). Núcleos em forma de roseta, ou em formas ceribriformes, caracterizam subtipos (linhagem de células T) da leucemia linfocítica crônica. O encontro de células com um citoplasma cheio de finas projeções, com aspecto dito "cabeludo"(foto abaixo), o diagnóstico já pode ser fechado para Leucemia de células cabeludas (uma LLC), que nome patético, sinceramente...Na LMC o uso da fosfatase alcalina, é um bom marcador citoquímico, no caso das leucemias neutrofílicas.
A Policitemia Vera, vai se referir ao excesso de eritrócitos e a trombocitopenia essencial, vai estar relacionada com o aumento de plaquetas, sendo ambas processos mieloproliferativos crônicos.









célula com aspecto "espelho de mão (esse rabinho aí!!)"










Citoquímica aplicada, marcação PAS (LLA)



Uma leucemia aguda vai estar associada a proliferação desregulada de células imaturas, indicativo de parada na maturação (lembrando o esquema de eritropoese do post anterior), portanto, o aumento vai estar relacionado com a célula-tronco, mieloblastos, prómielócitos, mielócitos, monoblastos, promonócitos eritroblastos, megacariócitos, linfoblastos e prólinfócitos (LLA), etc. E muitas vezes determinar o ponto onde houve a parada da maturação, ou determinar, através das características celulares, qual blasto está elevado, torna-se uma tarefa muito difícil na mielo/hematoscopia, fazendo com que o biomédico se utilize de técnicas de imunofenotipagem e citoquímica, para auxiliar no diagnóstico, determinando qual linhagem está alterada (se são precurssores monocíticos, eosinofílicos ou neutrofílicos...) e, desta forma, permite classificar o tipo de LMA ou LLA. Bastonetes de auer, são achados muito comuns na LMA (LMA-M1,M2, M3, etc). Células em espelho-de-mão, podem ser encontradas na LLA-L2, por exemplo e vacúolos citoplasmáticos fornecem um forte indício de uma LLA-L3, quando há suspeita de leucemia.

O BIOMÉDICO DEVE PRESTAR BASTANTE ATENÇÃO NOS ACHADOS MORFOLÓGICOS DURANTE A VISUALIZAÇÃO DA LÂMINA NO MICROSCÓPIO, POIS ESTES ACHADOS MORFOLÓGICOS FORNECEM PISTAS IMPORTANTES PARA O DIAGNÓSTICO FINAL.

Cada tipo de leucemia possui listas enormes de subtipos e classificações de leucemias, que eu não pretendo abordar, por enquanto, pois são critérios baseados, no tipo celular afetado, em características morfológicas, e porcentagens celulares, que muitas vezes se torna uma classificação um tanto que, subjetiva.     

CURIOSIDADE: 

- Drica Moraes (atriz global) está na luta contra uma leucemia mielóide aguda
- As leucemias têm altos índices de cura com a quimioterapia.
- Quanto mais cedo for descoberta e tratada melhor.
- Os transplantes de medula têm obtido excelentes resultados.
- A leucemia não é contagiosa.
- O tipo de leucemia mais freqüente na criança é a leucemia linfóide aguda (ou linfoblástica).
- A leucemias mielóide aguda é mais comum no adulto. 
- Marie Curie foi uma grande cientista, que descobriu os elementos polônio e rádio em 1898. Em 1903, Marie Curie, junto com seu marido dividiu o Prêmio Nobel de Física com Henry Becquerel. Acredita-se que a longa exposição a elementos radioativos levou a desenvolver uma leucemia em Marie Curie, que foi fatal.
- Ed Bradley era um jornalista de transmissão para a CBS News e co-organizou a revista semanal de televisão chamado "60 minutos". Ele sofria de leucemia e morreu devido a complicações durante uma operação em seu baço. 
- Mary Travers é uma cantora americana nascida em 1936. Ela era membro da folk music trio Peter, Paul and Mary. Submeteu-se à quimioterapia após terem sido diagnosticadas com leucemia, em 2004. Ela estava feliz por ter feito uma recuperação completa.
- Giba, jogador da seleção brasileira de vôlei se recuperou de uma leucemia que teve com seis meses de idade.
-"No caso da leucemia mieloide aguda, há chance média de 50% a 60% de cura. A da linfoide aguda, que atinge crianças, de 80% a 85%"(hematologista Rafael Gaiolla, do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp)/Botucatu)


We are in peace always!!    
                                         
   

3 comentários:

  1. Leucemia, me lembra laços de familia, que a Camila filha da helena roubou o namorado da mãe e teve leucemia, ela tinha que morrer!Ai a mãe teve que fazer um bebê para tentar salvar a filha fura olho !Olha como esse mundo está !

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  2. éverdadee, caraca, eu tinha lembrado disso, mas n a hr de postar eu esquecii!!!!

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  3. Kkkkkkkkkk morri com o comentário da celle, embora esses posts sobre a doença me ajudou muito, tratando-se de um assunto muito difícil....

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